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Errática
(Chico Saraiva/Mauro Aguiar)
Eu recorro ao erro sempre que posso
E erro e erro e erro sem remorso.
O remorso é o filho bastardo da culpa
Aquela que não come a fruta
Mas engole o caroço,
Aquela que não come a carne
Mas não larga o osso.
Aquela que não vive a vida
Mas espera todo suicida
No fundo do poço
No fundo do poço!
Eu recorro ao erro sempre que posso
E erro e erro e erro sem remorso.
Todo erro encerra um acerto
Todo erro é um bom começo
É o esboço do concerto
Mundo farto do estilihaço
Onde sempre amadureço
Onde sempre me reface
Dessa obrigação do certo
Num lugar pra lá de torto.
Eu recorro ao erro sempre que posso
E erro e erro e erro sem remorso.
E erro e erro e erro e erro e erro e erro e erro sem remorso.
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2. |
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Abrindo a Porta
(Pedro Viáfora/Pedro Altério)
Quero uma lua cheia
O sol que se incendeia lá no mar
Quero o baque do batuque
Eu quero o tom que desencadeia
O som que põe meu povo pra dançar
Quero a chuva lavadeira
Da seca do sertão
Quero a luz atormentando à toa
A tumba da paixão
Quero ares de criança
Coração
Quero uma odisséia
Meu conto que seja um canto pros leais
O advento do alento
Eu quero o tempo que reateia
Aquele primeiro amor dos casais
Quero ver virar fumaça
A trapaça e a traição
Se a dor se torna raiva nunca passa a aflição
Estou farto de vingança
Coração
Quero andar sem direção
Ter motivo pra soltar um grito altivo
E saltar sem razão
Eu quero o rito do prazer
Um agito pra vencer a solidão
Quero uma lua cheia
Meu conto que seja um canto pros leais
Quero abrir a porta inteira
Coração
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3. |
Swami Jr. - Paladino
05:53
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4. |
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Nunca tem um lado só o amor
Às vezes ele é fiel
Às vezes é enganador
Pode ser só cascavel
Pode ser só beija-flor
Não tem sentimento maior
Mas nunca tem um lado só o amor
Tem vez que só faz prender
Tem vez que é libertador
Pode só causar prazer
Pode só trazer a dor
Mas nada no mundo é melhor que o amor
Todo mundo quer amar
Ninguém quer a solidão
Mesmo com o risco que há
De padecer, de sofrer, de chorar
Do amor ninguém abre mão
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5. |
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Luz Negra
(Nelson Cavaquinho)
Sempre só
Eu vivo procurando alguém
Que sofre como eu também
E não consigo achar ninguém
Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim
Estou chegando ao fim
A luz negra de um destino cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde estou desempenhando o papel
De palhaço do amor
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6. |
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Lojinha de Um Real
(Paulo Padilha)
Na lojinha de 1 real
Eu me sinto milionário
Vasculhando corredores
Escolhendo escorredores de prato
Cores sortidas, baixelas de plastic
Fala, filhinho, fala o que você quer
Pega o brinquedo, pega, eu insist
Filosofia de hoje, compro, logo existo
É lá que eu me sinto milionário
É lá que eu levanto o meu astral
É lá que eu gasto meu salário
É lá, na lojinha de 1 real
Copo tipo Americano, puxadores de plastic
Lançamento do ano, caixinha de elastic
Dominó, baralho, isqueiro
Pago em dinheiro, pago em cash
Gasto menos que um quilo de peixe
Aqui, querer é poder
É lá que eu me sinto milionário
É lá que eu levanto o meu astral
É lá que eu gasto meu salário
É lá que eu me sinto na Daslu
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7. |
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Vento Bom
(André Mehmari/Sérgio Santos)
Chega, escorrega, assovia do nada
Na chapada, onde o nada é o que mais cega
Resfolega a rajada do vento arrasador
Se começa ninguém sabe onde acaba
E desaba varrendo o que lhe impeça
Atravessa a queimada onde o céu se avermelhou
Rodopiou, virou pro mar
Alonga a onda a quebrar, vento que é bom
Na direção de escapulir, vento que é bom
Quando fugir, quando vagar, quando o tempo fugir
Num semitom, canta com o vento que é bom
Quando dobra a serra num sopre vertical
Lá que o vento tem seu final
E quando se encerra na brisa original
Desliza um fim de melodia
Onde some o vento, de lá sou natural
Do alto, sou de Mairiporã
Quando beija a renda no canto do varal
Roçando uma romã, no bambuzal
Só resta um assovio
A brisa, por um fio
Foi vento bom
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8. |
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Guarânia da Lua Nova
(Luiz Vieira)
Ouvi dizer que o tempo apaga
lembranças amargas
que a vida nos traz.
Há muito que estou esperando,
o tempo passando
e não encontro paz.
Será que o tempo não tem tempo
de olhar os meus olhos
tristes de chorar,
e as cicatrizes de desgosto
que trago em meu rosto
de tanto esperar?
Saudade, bichinha danada,
que em mim fez morada
e não quer se mudar.
Tem gosto de jiló verdinho,
plantado na lua-nova do penar.
O tempo vai passando e eu vejo
o desejo da reconciliação.
Meu medo é não saber se ela
tem no peito a lua-nova do perdão.
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9. |
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10. |
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Onde a Vista Alcança
(Ná Ozzetti/Makely Ka)
Onde a vista alcança
Até que dá pra ir
Dentro de uma lembrança
Quanto seguir?
Sei que é longa a distância
Tão perto daqui
Fotos velhas da infância
Estão a encardir
Quando a vida descansa
Foi alguém que partiu
Fica só a fragrância
Vaga, sutil
Mas o tempo avança
E fica esse fio
Linha de inconstância
Memória é pavio
Quanto tudo afinal
Chega perto do fim
Quase sempre é igual
A saudade é assim
Há nenhum sinal
Justo nesse interim
Volta tudo ao normal
Mas muda algo em mim
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11. |
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12. |
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Luz da Terra
(Antonio Loureiro)
Lua cheia Santa Maria da Ínsua
Que ilumina o Atlântico Norte
Sol nascente no meio de um crepúsculo
Amuleto matutino da sorte
Luzes que mostram o caminho do Círio de Nazaré
Que levam todos os fiéis a caminho da procissão
E toda essa devoção desse povo picador
São Sol e Lua, pais da fé e da paixão
Lua nova que apaga o curso inicial
Que levava o Lualaba ao Congo
Sol poente visto da Baía de Luanda
Deita lá na alma d’água do mar
Sol de Omulu que queima e cura todas enfermidades
O filho de Nanã que Iemanjá criou caçador
Força de Obaluaê cura o homem osfredor
O Rei da Terra que nos mostra o fim da dor
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13. |
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Mar Deserto
(Kristoff Silva/Makely Ka)
Toda vez que venho ao mar
Me lembro de um deserto
Só areia, areia, areia e ar
Como elemento
Toda vez que venho ao mar
Me lembro de um deserto
Água, areia, areia, água e ar
Um contém o outro dentro
Toda vez que fico só é como se
Navegasse em mar aberto
Cruzasse um deserto desde o centro
Só assim em oriento
Você pode morrer de sede tanto no mar
Quanto num deserto
Você pode cair na rede e se perder
Achando que está no rumo certo
Você pode morrer de sede no mar
Ou num deserto
Você pode cair na rede
Ilhas são oasis no mar deserto
Duna e onda, duna e onda, duna e onda…
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14. |
Nenê Trio - Encrenca
05:43
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15. |
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Diga Você (ao vivo)
Dani Gurgel
Faço, desfaço
Troco, retoco, baixo
Toco e ouço bem alto
Pego, repenso, mexo
Misturo, canto, toco
E ouço bem alto
Diga você
O que que diz, o que que toca
Cante, toque
E mande de volta
Baixe-me, troque-me, toque-me
Peça-me, cante-me, fale-me, ouça
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16. |
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